Megamediatrends
Silenciosos e pacatos seguem
como rés e como res*.
Já sem discernimento,
com contentamento.
Já sem autonomia,
com entretenimento.
Silenciosos e pacatos vão
como se a um leilão:
seu labor por uma oferta
muitas vezes feita às pressas.
Silenciosos e pacatos trocam:
pores-do-sol não vividos,
paisagens para os sentidos
por um copo refrescante
com padrão transnacional.
Extensões do ser humano
ou, possível, mero engano:
os olhos em multicor
vidrados no monitor.
Silenciosos e pacatos estão:
digitando seus segundos,
aquém do aquém do mundo.
Naufragados entre amigos,
que escondidos,
permanecem como signos,
sem ter ouvidos,
sem ter braços ou sorrisos
quando é preciso;
apenas a procissão de informação
simulando integração.
Silenciosos e pacatos estão
desi(e)nformados,
num mosaico de metástases
unificados,
devorando e devorados.
Silenciosos e pacatos somem.
—
Nota: “res” (latim) = coisa
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